sexta-feira, 10 de agosto de 2012

37. Minas Gerais

Eles estão controlando por meio da água. Não querem que você perceba. As portas secretas do modem abertas. Entram e saem à vontade. O túnel subterrâneo também chamou atenção. Instalou-se um inquérito. O inquérito levou anos, ao cabo dos quais ninguém lembrava. Quando chegou à abertura do processo a história já era outra coisa: o cartel dos restaurantes de fachada, à frente de um dos quais este repórter presenciou o prefeito fumando um charuto. Segui-o até a casa em que travestis esquerdistas esperavam em robes azuis e brancos, nuazinhas por baixo. Infelizmente, o cachorro comeu a minha câmera. E você se pergunta: será a vida real? Não será só videogame? E outras coisas.
       Um garçom que olhou torto e falou manso. Trouxe comida, provavelmente envenenada. A garota que parou e se inclinou para pegar conchas é a de vestido verde é a que esteve naquele protesto televisionado semana passada. Apanhou de um bando. Mas o rosto disforme em close-up é o de outra pessoa. De um homem. Conheço ele. Será mesmo? E do meio das balas de borracha, boato que viram a cara de um d'Eles. Estavam distantes, na linha do horizonte, enfileirados e de costas, como que prontos para a geral. Ele se virou bem na hora que eu olhei, depois enfiou a cabeça por dentro da gola da camiseta, feito uma tartaruga. Quis continuar olhando. Prestando atenção. Os zunidos no ouvido e o gosto da lama falaram mais alto, sem falar no aumento do plano de saúde.
       Ontem me ligaram de Minas Gerais outra vez.

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