sábado, 24 de março de 2012

27. Quando eu te vejo…

A minha alimentação melhora toda vez que toco em você. Respiro mais rápido, mais devagar. Os meus olhos estalam e bato a cabeça contra o muro, o dia do outro lado. Nada impede que esteja em outro lugar, fazendo outra coisa. Quando eu te vejo…
       Quando eu te vejo a vaca muge. A luz que vem do outro lado passa pelas frestas. Não se sabe qual a fonte, quem a fonte. Sobre a sensação térmica não há muito a dizer.
       A minha alimentação melhora toda vez que toco em você. Respiro mais rápido, mais devagar. Os degraus parecem ser amplos mas subir é fácil. Os pés deslizam para cima. Um galo canta e o guarda acorda sobressaltado. Nada impede que esteja num cubo de arestas irregulares.
       Quando estou com você a sensação térmica é ótima. A temperatura real—eles chamam ela assim—escapa aos limites da faixa dentro da qual seria desejável conduzir o experimento. Não seria possível realizá-lo hoje, de todo modo, uma vez que os macacos estão deprimidos nos seus galhos.
       Os meus olhos estalam e bato a cabeça contra o muro, o dia do outro lado. Aí o sol, fonte luminosa primária, patrocinador de toda vida na Terra, explode.

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